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Histórico da Educação Vigiense

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OS PRIMEIROS PASSOS do Ensino no Brasil deram-se em forma de imposi-ção cultural. Uma provisão de 1727 determinava que os padres missionários ensinassem a Língua Portuguesa aos indígenas, abolindo o uso do Tupi. As ordens religiosas instaladas em Vigia na era colonial ofertavam nas bases das missões atividades educacionais que abrangiam diversas áreas do conhecimento, além de Teologia, música e ofícios da Arte. Mas o afastamento dos missionários deixou a comunidade sem espaços de instrução, com falta de professores e desinteresse político em implantar instituições. 

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Jesuítas em práticas de Ensinocom crianças indígenas. Coleção: Hariberto de M. Jordão

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O enfoque nas agitações sociais da primeira metade do século XIX nos deixam sem referências sobre a Educação. Entretanto, em 1875, pelo menos nove escolas primárias estavam ativas na cidade, funcionando nas residências de professores e profes-soras, como o Externato da Sociedade "Cinco de Agosto", composta por vários educadores, entre estes o professor Raymundo Bertoldo Nunes (1847-1925), o qual, além de membro de várias entidades de cunho literário, havia fundado em Belém a escola secundária "O Atheneu Paraense" e em 1891 fez tentativas de implantar na Vigia aquele nível de Ensino. A cidade entra no século XX ganhando o Grupo Escolar da Vigia, regulamentado pelo Estado, além de escolas primárias municipais em algumas vilas e outras na zona urbana, entre elas uma só para meninos, instalada em 1939 na sede da "Cinco de Agosto", em parceria com a Cruzada Nacional de Educação. Em 1953 surge o Educandário Nossa Senhora das Neves, das irmãs preciosinas. E, finalmente sendo implantado o ensino secundário na Vigia, o prof. Marcionilo Alves funda o Ginásio "Bertoldo Nunes".

Casa da Família Nunes, onde foi fundada a "Cinco de Agosto"e que abrigou aulas do ExternatoArquivo: José Ildone, 1980.

Bertoldo Nunes, segundo sentado da direita para a esquerda,entre membros da Mina Literária. Fonte: IHGP.

Fontes consultadas:

- ILDONE, José. Cem anos de Educação: a Vigia em seu "Barão".Belém: IOE, 2002.

- ILDONE, José. Ginásio "Bertoldo Nunes": medalha de ouro paraVigia de Nazaré. Belém: Ed. Ind. 2008.- Retrografia Vigilenga.

- CORDEIRO, Paulo. A mulher na sociedade vigiense. Vigia: Ed. Ind.

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Irmãs Preciosinas e o Educandário

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A congregação das irmãs do Preciosíssimo Sangue foi fundada em 1876, na Itália, pela madre Maria Matilde Bucchi, nascida na pequena cidade de Agrate Brianza, a poucos quilômetros de Milão, em 18 de maio de 1812.Maria Bucchi pertencia a uma humilde família camponesa católica. Em 17 de maio de 1852, ela deixou a casa dos pais e entrou para o convento das irmãs canossianas, como irmã da terceira ordem. Em 20 de julho de 1874, desligou-se das terciárias canossianas e, dois anos depois, fundou a congregação preciosina, publicada oficialmente pelo Monsenhor Luís Conti como Congregação das Irmãs do Preciosíssimo Sangue de Monza. Madre Bucchi dirigiu a entidade por seis anos. Faleceu em 1º de março de 1882.Somente em 14 de dezembro de 1942, essa ordem religiosa foi aprovada pelo Vaticano, através do Papa Pio XII.As irmãs preciosinas, como são chamadas, hoje estão presentes na Europa, África, América e Ásia.  No Brasil, estão instaladas em vários Estados e no Distrito Federal.

     Em 12 de agosto de 1938, chegaram em Bragança, no Pará, as primeiras missionárias italianas: Irmãs Lúcia Colnago, Celina Casati, Adelaide Borroni, Vitória Benaglia e Maria Viganó. Em 14 de fevereiro do ano seguinte, as irmãs criam nessa cidade o Instituto Santa Terezinha. Em 1951, foi implantado o Colégio São José, em Castanhal.

       A primeira casa a ser aberta fora da Região Bragantina foi a da Vigia e, depois, a Escola “Berço de Belém”, na capital, ambas em 1953.   A congregação das preciosinas veio para a Vigia mediante iniciativa do ex-vigário Monsenhor Milton Corrêa Pereira, que solicitou a referida ordem religiosa para trabalhar junto à paróquia, no início dos anos 50, uma vez que, essa congregação desempenhava relevantes trabalhos pastorais no Estado.Em 1953, já no vicariato do Monsenhor Faustino Cabixto de Brito e como bispo do Pará, Dom Mário de Miranda Villas Boas, foram enviadas à Vigia duas irmãs vindas de Bragança: Irmã Adelaide e Irmã Nazarena Silva, que tinham a missão de pesquisar o município para fundamentar a nova casa.A madre geral era a irmã Suor Gabriela Barele, e a regional era Maria Viganó.No dia 19 de março do mesmo ano, foi trazida para a cidade a primeira comunidade preciosina, através da irmã Viganó, ante o conselho da congregação. As irmãs dessa comunidade eram: Silvana Piróvano, Enrica Melzi, Ermínia Casati, Odete Ataíde e Nazarena Silva.Logo, foi implantada uma escola com a denominação de Educandário Nossa Senhora das Neves, homenageando a padroeira do município, tendo como primeira diretora a irmã Nazarena Silva. Inicialmente, a residência das irmãs e o Educandário funcionaram na propriedade dos herdeiros do ex-intendente municipal, major Luciano Neves, na antiga Boulevard Castilhos França, de frente para o rio Guajará-Mirim, na época aos cuidados do vigário, e hoje pertencente à família Belém.

Foi neste prédio que funcionou o Educandário no início

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Foto do Colégio dos jesuítas (Educandário na década de 60, na foto alunos da época com a professora e Irmã dopreciosicimo sangue. Fonte: Rubens Teodosio

     O primeiro uniforme do Educandário era calça caqui e camisa com mangas longas, para os meninos. Já as meninas, usavam vestido branco de mangas longas, com folho sobre os ombros.   
Passados quase dois anos, a irmã Maria Viganó comprou uma casa, que pertencia aos herdeiros de Casemiro José Ferreira (político e intelectual vigiense). A casa, que também abrigou a Sociedade Literária e Beneficente “Cinco de Agosto”, ficava entre o solar da família Mira (antigo colégio dos jesuítas) e uma propriedade na extremidade do quarteirão, das filhas herdeiras de Abhner de Nazaré Pinheiro Athayde69.
     Para a antiga residência dos Ferreira, foi transferida a escola, recebendo ajuda das autoridades locais e da população.
Da implantação do Educandário, também chamado de colégio das freiras, até os dias de hoje, foram muitas as irmãs que por lá passaram e deixaram lembranças, havendo sucessivas rotatividades:
Nos anos de 1956 e 57, o Educandário foi administrado pelas irmãs Bernardina Sanvito (superiora) e Zarife Sales (diretora). Nessa época, a comunidade preciosina era composta pelas irmãs Silvana, Marieta, Celeste, Benigna, Alcinda, Almerinda, Iolanda Arrigoni e Nazarena Silva.
     No ano seguinte, assumiu a direção a irmã Arminda Amintas, que comprou a propriedade dos Athayde.
   No período de 1959 a 1967, foi diretora da escola a irmã Marieta de Oliveira Borges, morando também na comunidade as irmãs Enriqueta, Aldemarina, Marta, Terezinha Figueiredo, Benedita e Bernardina Sanvito (superiora).
     Em 1968, assumiu a direção a irmã Lindalva Duarte.
    De 1970 a 71, foi a responsável pela escola a irmã Maria Eliza, convivendo com as irmãs Iolanda Arrigoni (superiora), Maria Agla Teflac Amarante, Nazarena Silva, Almerinda, Marieta e Madalena Leite.
   No ano de 1970, a 09 de julho, iniciou-se a demolição da antiga casa das irmãs, que passaram a morar no salão da escola. O novo prédio, projetado pelo Dr. Davi, foi abençoado pelo pároco, Pe. Pedro Fontana, em janeiro de 71. O Educandário foi crescendo, tendo sido assinado na ocasião um convênio com a extinta Legião Brasileira de Assistência. Também foram oferecidos cursos para as mães, com exposições de trabalhos em crochê e outros.
     Em 72 e 73 dirigiu a escola a irmã Maria José Rosendo da Silva, auxiliada pelas irmãs Maria das Neves Brabo Campos, Enriqueta Stucchi e Ermínia Casati (superiora), que, para manter a comunidade, lecionavam no Educandário e no Ginásio Bertoldo Nunes.
   De 1974 a 1981, a escola foi dirigida pela irmã Norberta da Silva Corrêa, tendo a irmã Terezinha de Jesus Figueiredo como madre superiora. Em meio a esse período, a comunidade da congregação, formada pelas irmãs Joana Antonia de Menezes, Enriqueta, Maria do Carmo Pinho, Maria José Sousa, Francisca Pereira de Oliveira, Maria Raimunda Lourenço Vieira e Maria das Neves Brabo Campos, adquiriu o prédio do antigo colégio da Mãe de Deus, ou solar dos Mira, ao lado da matriz, que foi totalmente demolido no início de 1978. Em 18 de março desse ano, foi realizado o lançamento da pedra fundamental da nova construção, pelo prefeito José Ildone Favacho Soeiro. Em 04 de dezembro, as obras foram iniciadas, lembrando as linhas externas do prédio anterior. A inauguração aconteceu em 20 de dezembro de 1980. As instalações e atividades do Educandário foram ampliadas, com a implantação da pré-escola. Para isso, foram contratadas mais professoras, entre elas: Tomázia Moraes e Silva e Maria de Jesus Braga. Daí por diante, os alunos da escola acostumaram-se com a divisão que distingue os primeiros níveis, que funcionam até hoje no chamado “colégio novo” (local da antiga casa dos jesuítas), dos níveis mais avançados, que funcionam no pavimento que chamam “colégio velho” (local da antiga propriedade dos Athayde). A residência das irmãs fica entre os dois prédios, onde inicialmente era a casa dos Ferreira.

Educandário Nossa Senhora das Neves (Colégio Novo)

Colégio dos Jesuítas, 1978 (dias antes da demolição)

      Nesta gestão também foram iniciadas as obras de construção da quadra esportiva da escola, inaugurada em 22 de agosto de 1981, e a aquisição de instrumentos musicais para a banda marcial.    De 1982 até 1984, dirigiu o Educandário a irmã Lindalva Sousa, que conveniou a escola com a Secretaria de Estado de Educação - SEDUC, mantendo alguns alunos beneficiados por bolsas de estudos, e outros pagando mensalidade, arrecadação destinada ao pagamento de professores e demais funcionários.    A direção da escola também atendia a movimentos jovens junto à paróquia, como o extinto CTULA, criado pela congregação preciosina.Também faziam parte da comunidade as irmãs Filisbina Castilhos dos Reis, Terezinha Campos de Lima, Antônia Aguiar, Eliana, Maria Agla Teflac Amarante e Ermínia Casati.    Em 85 e 86, foi superiora e diretora a irmã Filisbina Castilhos dos Reis, acompanhada das irmãs Terezinha Carlos de Lima, Raimunda, Maria José Sousa e Maria Agla Teflac Amarante.    Já em 87, assumiu a direção a irmã Maria do Socorro da Silva, convivendo com as irmãs Maria do Carmo Tavares (superiora), Terezinha Carlos de Lima, Maria do Carmo Pinho e Antonina Aguiar.    De 1988 a 1993, a diretora foi a irmã Maria Imaculada Esquerdo, que conduziu com dinamismo a tradicional instituição de ensino, melhorando as estruturas físicas e técnicas, como, por exemplo a cobertura da quadra de esportes. Nesse período, fizeram parte da comunidade: irmãs Maria do Carmo Tavares (superiora), que foi substituída pela irmã Iolanda Arrigoni; irmã Vanda de Lima Porpino, Antonina, Laurinha de Souza, Maria Agla Teflac Amarante e Verônica Brito.    Em 94, assumiu a direção da escola a irmã Laurinha de Souza.    De 1995 a 97, a comunidade e a escola é conduzida pela irmã Iolanda Santa Rosa de Almeida, em companhia das irmãs Maria Agla Teflac Amarante, Verônica Brito, Maria José Guimarães, Francinete Maria e Maria do Carmo Pinho.    Em 1997, ano em que houve na escola a implantação do ensino de 5ª a 8ª série, foi diretora a irmã Maria do Socorro da Silva, até 2001. A partir de 2001, o Educandário é administrado pela irmã Maria José Rosendo da Silva, compondo a comunidade as irmãs Marieta de Oliveira Borges, Maria do Carmo Pinho, Maria Lucicléia de Souza Costa, Marilene de Souza, Judith, Helena, Laurinha de Souza, Ierecê Palheta de Mira (...)70

Obs.: A pesquisa abrange o período de 1953 até 2001.

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O Prédio do Museu e o Grupo Escolar

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    O GRUPO ESCOLAR DA VIGIA foi criado pelo Decreto Estadual nº 1057, de 31 de julho de 1901, no Governo de Augusto Montenegro. O primeiro diretor foi o professor normalista Cândido Vilhena. Em 15 de agosto daquele ano, a escola foi instalada neste casarão, de propriedade do comerciante e político Fenelon Cleofas de Melo.

    A edificação foi construída no final do século XIX. Traz características arquitetônicas ecléticas, do período neoclássico, época de desenvolvimento econômico. A fachada principal apresenta revestimento em azulejos portu-gueses, guarda-corpos de marmorite e porta principal encimada de bandeira em ferro fundido. Acima da cornija, platibanda azulejada e relevo do brasão do Pará, ladeado de pinhas de porcelana, que figuram a marca do Museu.

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Fenelon Cleofas de MeloEncarte do Partido Liberal, 1935

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Inicialmente, o Grupo Escolar funcionava mediante aluguel do imóvel. Depois, migrou por outras residências, até retornar definitivamente ao prédio original em 1934, quando o Governo Estadual, sob a gestão de Magalhães Barata comprou a casa. O nome mudou para Grupo Escolar "Barão de Guajará", instituição pública responsável pela formação primária de mais de 20 mil cidadãos e cidadãs, revelando grandes nomes da Educação vigiense, além de cenário de uma infinidade de memórias do cotidiano escolar para os que vivenciaram diferentes experiências de ensino e aprendizagem, testemunharam as mudanças no âmbito da Educação e o crescimento da representatividade da mulher no exercício do Magistério, desde os tempos em que se cantava o hino da escola, das solenidades cívicas, dos alunos e alunas que calçavam tamancos de pau, das sabatinas da tabuada na aula de Matemática sob a ditadura da palmatória, do uso da máquina de escrever, das aulas noturnas iluminadas com lampiões petromax, por não haver luz elétrica. No prédio também nasceu o Ginasio "Bertoldo Nunes", em 1953, e a Escola Normal, em 1961, as quais depois se fundiram. Ainda ativa, a Escola "Barão de Guajará" hoje funciona em outro local, para que aqui se instalasse o Museu, inaugurado em fevereiro de 2004.

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Na fotografia, a turma de mestres do Grupo Escolar "Barão do Guajará": Prof. Tauriano Gil de Sousa, Profa. Lucinda, Profa. Noêmia Belém, Profa. Ana Leôncio, Profa. Cristina Coutinho, Profa. Celeste Marques, Profa. Maria Franco e Cacilda Leão. Década de 1960.

Professoras: Irecê, Noemia Belém, Cacilda Leão, Andréia Athaide, Lucinda e Deolinda.

Alunos do GrupoEscolar participando do desfile cívico de7 de setembro, 1960.Arquivo: J. Ildone

Diretores do Grupo Escolar noprédio original (1901 a 2002):

Cândido José de Vilhena

Amanajás de Carvalho

Samuel Epaminondas Costa

Tertuliano Vitor de Sena Brasil

César PinheiroEugênia Coelho de OliveiraTomásia de Siqueira Pinto

Jacob Batista Dalmácio

Maria de Melo Franco

Cristina Novais Coutinho

Tauriano Gil de SouzaHerundina Cruz

Cassilda Leão Silveira e Sousa

Noêmia Gouveia Furtado Belém

Andréa Ataíde Monteiro

Maria do Livramento Lobato de Souza

Manoel Ferreira

Maria Ocidéia Barata

Carlos Alberto Barbosa Nogueira

Maria de Lourdes Silva Palheta

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Confraternizações de alunos e professoras em encerramentos de anos letivos. Arquivo: José Ildone

Fontes consultadas:

- ILDONE, José. Cem anos de Educação: a Vigia em seu "Barão".Belém: IOE, 2002.

- ILDONE, José. Ginásio "Bertoldo Nunes": medalha de ouro para Vigia de Nazaré. Belém: Ed. Ind. 2008.- Retrografia Vigilenga.

Rua Josino Cardoso, 156

Bairro: Centro - Vigia, PA

CEP: 68.780-000

E-mail: vigiapara400@gmail.com

 

 

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© Coordenação WILTON ALMEIDA

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